A educação e a deficiência visual no Alto Tietê
A inserção e a real inclusão do aluno com deficiência visual na
escola é o apoio que pretendemos dar com esta postagem no blog Braz Cubas - Direito em Ação. A escolha por esse tema é também uma provocação a fim de que possamos enriquecer o debate entre estudantes de Direito e discutir a inserção escolar, mais na
visão do aluno cego. Queremos mostrar mais uma vez a necessidade de olhar a realidade
escolar, na atualidade, de modo que enxerguemos o contexto que envolve a questão da inclusão do aluno deficiente visual e as grandes dificuldades por eles sofridas.
Esta postagem é modesta e pretende inicialmente propor o debate com a finalidade de guiar as
pessoas que tem interesse em incluir ou colaborar com os estudantes com deficiência
visual.
Você sabe como surgiu a idéia de educação inclusiva?
Pois é a idéia da educação inclusiva baseia-se no direito de cada indivíduo constatado na
Declaração Universal dos Direitos Humanos, especialmente em seu artigo 26 datado de 1948. Nesses documentos a
educação é compreendida como um direito fundamental de todas as crianças,
jovens e adultos, sejam quais forem suas idades, sexo, etnia, religião,
condição sócio econômica ou deficiência. Diante dessa realidade percebemos a
importância da escola e o papel do professor no desenvolvimento dessas
crianças.
Algumas instituições de ensino têm visto a inclusão com muita
naturalidade e isso já é um grande avanço. Segundo a edição especial da revista
Guia Escolar, n.2/ 2010, em 2007 as matrículas desses alunos correspondiam a
34,4% do total de matriculados, em 2008, elas subiram para 54%, segundo o censo
escolar. Entretanto, devemos refletir sobre o conceito de inclusão, que
significa muito mais do que estar junto, ou seja, não se reduz somente a
frequência do aluno na escola.
Hoje
existem inúmeras associações que auxiliam pessoas portadoras de deficiência
visual, que vão desde trabalhos sociais, cursos, palestras, impressões de
livros, até parcerias com empresas para contratação imediata. Você conhece quem faz isso?
Um exemplo é o
trabalho de mais de seis décadas da Fundação Dorina Nowill para Cegos que tem
se dedicado à inclusão social das pessoas com deficiência visual, por meio da
educação e cultura, atuando na produção de livros em Braille, livros e revistas
falados e obras acadêmicas no formato Digital Acessível, distribuído
gratuitamente para pessoas com deficiência visual e para centenas de escolas,
bibliotecas e organizações de todo o Brasil. Tudo para a pessoa com deficiência
visual, ter o acesso garantido à literatura, ao estudo ou entretenimento que é
uma questão primordial em seu desenvolvimento pessoal.
E aqui na região do Alto Tietê? Temos algum modelo exemplar?
Desde 2010 o município de Poá disponibiliza uma biblioteca
exclusiva para deficientes visuais, com publicações totalmente em braile. A
biblioteca Napes tem um acervo de livros para crianças, jovens e adultos com
conteúdo literário e também com livros didáticos de matemática, português e
iniciação para informática.
A biblioteca atende deficientes visuais de todo
Alto Tietê. Mogi das Cruzes, Suzano e Ferraz de Vasconcelos não possuem ainda uma
biblioteca específica para cegos e deficientes visuais, porém dispõem de
algumas obras em braile nas bibliotecas municipais já existentes. Esse é um bom momento para começarmos a pensar isso especialmente aqui em Mogi das Cruzes.
O que você acha?
Antes de 2010, data da inauguração da biblioteca
Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado (Napes), os frequentadores precisavam
ir até São Bernardo do Campo para fazer empréstimo de livros em braile, que
dificultava bastante o acesso ao mundo cultural. A biblioteca disponibiliza obras da literatura
infantil, literatura brasileira, auto-ajuda, bíblia, atlas, livros didáticos,
além de DVDs – livros digitais. A Prefeitura de Poá informou que a ideia
da biblioteca em braile surgiu para atender alunos e famílias com deficiência
visual já que até então não havia este tipo de serviço para a população.
Mas em Mogi das Cruzes também temos...
No alto Tiete, precisamente na cidade de Mogi das
Cruze existe o Centro de Atendimento ao Portador de Necessidades Educacionais
Especiais “Ricardo Strazzi” – PRÓ-ESCOLAR, integra o Programa da Secretaria
Municipal de Educação, que visa a qualidade educacional e de vida de pessoas
portadoras de necessidades educacionais especiais de Mogi das Cruzes, que está vinculado à Coordenadoria de Atenção Integral à
Criança e ao Adolescente — CAIC, da Secretaria Municipal de Educação cuja
finalidade é oferecer serviços especializados na área da educação, para
atender, tratar, orientar e encaminhar crianças, jovens e adultos, alunos dos
cursos regulares de escolas públicas (prioritariamente da Rede Municipal de
Mogi das Cruzes) e particulares, portadores de necessidades educacionais
especiais, buscando Promover a inclusão educacional e social das pessoas com
deficiência e daquelas em risco social, dando a elas a possibilidade de se
desenvolverem integralmente, diminuindo as diferenças como alicerce para o
exercício da cidadania.
O Pró-escolar oferece os
seguintes serviços:
Para utilizar os
serviços da Pró-escolar:
A escola que possuir matrícula de crianças,
jovens e adultos e julgar necessário encaminhar o caso para o Pró-escolar;
Aluno que já possua laudo atestando caso de
deficiência: visual e auditiva, o responsável poderá procurar diretamente o
Pró-escolar.
Mas podemos fazer mais?
Ao
refletirmos sobre a questão da cegueira, entendemos para que a inclusão
pedagógica se faça presente, é preciso uma mudança de paradigma sobre a pessoa
com deficiência. A visão de que essas pessoas são pessoas portadoras de um déficit ou de uma incapacidade, está sujeito a ser um julgamento
preconceituoso que tem como base um padrão de normalidade e anormalidade. Percebemos em nossos estudos que essa compreensão desenvolve nas
crianças com deficiência, por vezes, um complexo de inferioridade que automaticamente as
exclui da sociedade. O desenvolvimento do deficiente está relacionado à
possibilidade de compensar seu eventual "déficit" através da interação social. Portanto, o
conceito de compensação não possibilita a cura, mas oferece alternativas que
certamente contribuirão para o desenvolvimento de áreas potenciais.
Assim, nos parece que o primeiro passo que se deve dar ao relacionar-se com uma pessoa
portadora de deficiência visual é aceitar a sua deficiência. A pior coisa que se pode sentir é a indiferença, fingir que a deficiência não existe ou sentir
pena da pessoa deficiente, pois o que ela mais quer é ser tratada com igualdade.
REFERÊNCIAS
ELETRÔNICAS CONSULTADAS
SCHNEIDER, Marlei de F. O
papel da motivação para o aprendizado da leitura e escrita em crianças
deficientes, no contexto de sala de aula. Disponível em
www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/opapeldamotivacao.htm, Acesso em
22/03/2015
ANDRADE, Marita. Tecnologia,
Educação e Deficiência Visual. Revista Presença Pedagógica Nº. 75 – (2007) -
pág. 40. Disponível em www.bengalalegal.com,
Acesso em 22/03/2015.
www.fundacaodorina.org.br/FDNC/Quem_Somos.html,
Acesso em 03/03/2015
www.laramara.org.br, Acesso
em 03/03/2015.
Para estudar mais sobre o assunto e ampliar o debate, pesquisamos e indicamos materiais de qualidade a respeito dos direitos dos deficientes visuais, e como colaborar com sua luta no reconhecimento desses direitos, são eles:
Cartilhas produzidas por terceiros e que valem a pena serem consultadas:
http://www.paralamasforever.com/NaLuta/cartilhacegosfinalweb.pdf - Cartilha em pdf - Como lidar com pessoas com deficiência visual
Cartilha em pdf - Cartilha de orientação para o atendimento a pessoas com deficiência - da Rede de Reabilitação Lucy Montoro
Coletânea interessante:
http://www.mpgo.mp.br/portal/conteudo/cartilhas-livros-e-manuais-pessoas-com-deficiencia#.VW8xy9JViko
LINKS UTEIS:
FUNDACAO DORINA NOWILL PARA CEGOS
SITE.:www.fundacaodorina.org.br
LARAMARA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ASSISTENCIA à PESSOA COM DEFICIENCIA VISUAL
Conselheiro Brotero, 338 - Barra Funda / CEP 01154-000 - São Paulo/SP
Fone (11) 3660.6400 / Fax (11) 3662.0551
SITE.:www.laramara.org.br
AADVAT – ASSOCIAÇAO DE ASSISTENCIA AO DEFICIENTE VISUAL DO ALTO TEITE
E-MAIL: aadvat@yahoo.com.br
CMAPD (Conselho Municipal para Assuntos da Pessoa Portadora de Deficiência)
Endereço: Prédio anexo à sede da Prefeitura, situado na Av. Vereador Narciso Yague Guimarães, 277 - Centro Cívico.
E-mail: c.conselho@ig.com.br
http://www.mogidascruzes.sp.gov.br/assistencia/cmapd.php
CENTRO DE ATENDIMENTO AO PORTADOR DE
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS “RICARDO STRAZZI” – PRÓ-ESCOLAR
Profª Alice Thereza Cotrim Guerreiro da Silva, nº 02 – bairro: Vl Lavínia –
http://www.sme.pmmc.com.br/site2011/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=977&Itemid=102&limitstart=10
ABRAADE – ASSOCIACAO BRASILEIRA DE APOIO AO DEFICIENTE
Rua Ipiranga, 957, sala 4 – Alto Ipiranga – Mogi das Cruzes/SP
SITE.: www.abraade.or.br
contato: contato@abraade.org.br
AADVIS Associação de apoio para deficientes visuais
RUA ISAURA TAVARES DE PAIVA,76 - PQ. MARIA HELENA- SUZANO
Tel.: 4746-9566/4741-1083
SITE.: aadvis.blogspot.com.br
contato: aadvis.suzano@hotmail.com
No desenvolvimento da pesquisa sobre o assunto, entrevistamos um ex-aluno da curso de Direito da Universidade Braz Cubas, hoje advogado, que nos contou um pouco sobre sua experiência educacional como deficiente visual, acompanhe o link da entrevista, vale a pena:
Link para a entrevista de Marcelo Silva no youtube.com.br: http://youtu.be/8QsY3KNOK-U
Entrevista realizada pelas alunas Suellen Camilli e Daniela
Silva do curso de Direito da Universidade Braz Cubas, na disciplina Projeto
Integrador III, com o advogado Marcelo Silva - deficiente visual - sobre sua
experiência educacional como deficiente visual.
Você quer ver sobre outro ponto de vista a questão da vivência educacional de um adolescente deficiente visual e suas dificuldades na escola, na família e nas suas relações sociais?
Indicamos um link interessante:
LINK PARA O CURTA METRGEM EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO.
Sinopse: A vida de
Leonardo, um adolescente cego, muda completamente com a chegada de um novo
aluno em sua escola. Ao mesmo tempo, ele tem que lidar com os ciúmes da amiga
Giovana e entender os sentimentos despertados pelo novo amigo Gabriel.
Elenco:
Ghilherme Lobo (@GhiLobo), Tess Amorim
(@TessCoelho), Fabio Audi (@Fabio_Audi)
Roteiro e Direção:
Daniel Ribeiro (@danielribeiro)
Postagem
– produto final do trabalho desenvolvido na
disciplina Projeto Integrador III do curso de Direito da Universidade Braz
Cubas sob orientação da Professora Adilsen Claudia Martinez, sendo integrantes
do grupos as alunos: Suellen Camilli e Daniela Silva
Muito legal! Parabéns ao grupo!
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