quarta-feira, 3 de junho de 2015

A educação e a deficiência visual no Alto Tietê.

A educação e a deficiência visual no Alto Tietê


A inserção e a real inclusão do aluno com deficiência visual na escola é o apoio que pretendemos dar com esta postagem no blog Braz Cubas - Direito em Ação. A escolha por esse tema é também uma provocação a fim de que possamos enriquecer o debate entre estudantes de Direito e discutir a inserção escolar, mais na visão do aluno cego. Queremos mostrar mais uma vez a necessidade de olhar a realidade escolar, na atualidade, de modo que enxerguemos o contexto que envolve a questão da inclusão do aluno deficiente visual e as grandes dificuldades por eles sofridas.

Esta postagem é modesta e pretende inicialmente propor o debate com a finalidade de guiar as pessoas que tem interesse em incluir ou colaborar com os estudantes com deficiência visual.
Você sabe como surgiu a idéia de educação inclusiva?
Pois é a idéia da educação inclusiva baseia-se no direito de cada indivíduo constatado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, especialmente em seu artigo 26 datado de 1948. Nesses documentos a educação é compreendida como um direito fundamental de todas as crianças, jovens e adultos, sejam quais forem suas idades, sexo, etnia, religião, condição sócio econômica ou deficiência. Diante dessa realidade percebemos a importância da escola e o papel do professor no desenvolvimento dessas crianças. 
Algumas instituições de ensino têm visto a inclusão com muita naturalidade e isso já é um grande avanço. Segundo a edição especial da revista Guia Escolar, n.2/ 2010, em 2007 as matrículas desses alunos correspondiam a 34,4% do total de matriculados, em 2008, elas subiram para 54%, segundo o censo escolar. Entretanto, devemos refletir sobre o conceito de inclusão, que significa muito mais do que estar junto, ou seja, não se reduz somente a frequência do aluno na escola.
Hoje existem inúmeras associações que auxiliam pessoas portadoras de deficiência visual, que vão desde trabalhos sociais, cursos, palestras, impressões de livros, até parcerias com empresas para contratação imediata. Você conhece quem faz isso?
Um exemplo é o trabalho de mais de seis décadas da Fundação Dorina Nowill para Cegos que tem se dedicado à inclusão social das pessoas com deficiência visual, por meio da educação e cultura, atuando na produção de livros em Braille, livros e revistas falados e obras acadêmicas no formato Digital Acessível, distribuído gratuitamente para pessoas com deficiência visual e para centenas de escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil. Tudo para a pessoa com deficiência visual, ter o acesso garantido à literatura, ao estudo ou entretenimento que é uma questão primordial em seu desenvolvimento pessoal. 
E aqui na região do Alto Tietê? Temos algum modelo exemplar?
Desde 2010 o município de Poá disponibiliza uma biblioteca exclusiva para deficientes visuais, com publicações totalmente em braile. A biblioteca Napes tem um acervo de livros para crianças, jovens e adultos com conteúdo literário e também com livros didáticos de matemática, português e iniciação para informática. 
A biblioteca atende deficientes visuais de todo Alto Tietê. Mogi das Cruzes, Suzano e Ferraz de Vasconcelos não possuem ainda uma biblioteca específica para cegos e deficientes visuais, porém dispõem de algumas obras em braile nas bibliotecas municipais já existentes. Esse é um bom momento para começarmos a pensar isso especialmente aqui em Mogi das Cruzes.
O que você acha?
Antes de 2010, data da inauguração da biblioteca Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado (Napes), os frequentadores precisavam ir até São Bernardo do Campo para fazer empréstimo de livros em braile, que dificultava bastante o acesso ao mundo cultural. A biblioteca disponibiliza obras da literatura infantil, literatura brasileira, auto-ajuda, bíblia, atlas, livros didáticos, além de DVDs – livros digitais. A Prefeitura de Poá informou que a ideia da biblioteca em braile surgiu para atender alunos e famílias com deficiência visual já que até então não havia este tipo de serviço para a população.
Mas em Mogi das Cruzes também temos...
No alto Tiete, precisamente na cidade de Mogi das Cruze existe o Centro de Atendimento ao Portador de Necessidades Educacionais Especiais “Ricardo Strazzi” – PRÓ-ESCOLAR, integra o Programa da Secretaria Municipal de Educação, que visa a qualidade educacional e de vida de pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais de Mogi das Cruzes, que está vinculado à Coordenadoria de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente — CAIC, da Secretaria Municipal de Educação cuja finalidade é oferecer serviços especializados na área da educação, para atender, tratar, orientar e encaminhar crianças, jovens e adultos, alunos dos cursos regulares de escolas públicas (prioritariamente da Rede Municipal de Mogi das Cruzes) e particulares, portadores de necessidades educacionais especiais, buscando Promover a inclusão educacional e social das pessoas com deficiência e daquelas em risco social, dando a elas a possibilidade de se desenvolverem integralmente, diminuindo as diferenças como alicerce para o exercício da cidadania.

O Pró-escolar oferece os seguintes serviços:

Para utilizar os serviços da Pró-escolar:
A escola que possuir matrícula de crianças, jovens e adultos e julgar necessário encaminhar o caso para o Pró-escolar;
Aluno que já possua laudo atestando caso de deficiência: visual e auditiva, o responsável poderá procurar diretamente o Pró-escolar.

Mas podemos fazer mais?

Ao refletirmos sobre a questão da cegueira, entendemos para que a inclusão pedagógica se faça presente, é preciso uma mudança de paradigma sobre a pessoa com deficiência. A visão de que essas pessoas são pessoas portadoras de um déficit ou de uma incapacidade, está sujeito a ser um julgamento preconceituoso que tem como base um padrão de normalidade e anormalidade. Percebemos em nossos estudos que essa compreensão desenvolve nas crianças com deficiência, por vezes, um complexo de inferioridade que automaticamente as exclui da sociedade. O desenvolvimento do deficiente está relacionado à possibilidade de compensar seu eventual "déficit" através da interação social. Portanto, o conceito de compensação não possibilita a cura, mas oferece alternativas que certamente contribuirão para o desenvolvimento de áreas potenciais. 
Assim, nos parece que o primeiro passo que se deve dar ao relacionar-se com uma pessoa portadora de deficiência visual é aceitar a sua deficiência. A pior coisa que se pode sentir é a indiferença, fingir que a deficiência não existe ou sentir pena da pessoa deficiente, pois o que ela mais quer é ser tratada com igualdade.

REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS CONSULTADAS
SCHNEIDER, Marlei de F. O papel da motivação para o aprendizado da leitura e escrita em crianças deficientes, no contexto de sala de aula. Disponível em www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/opapeldamotivacao.htm, Acesso em 22/03/2015
ANDRADE, Marita. Tecnologia, Educação e Deficiência Visual. Revista Presença Pedagógica Nº. 75 – (2007) - pág. 40. Disponível em www.bengalalegal.com, Acesso em 22/03/2015.
www.fundacaodorina.org.br/FDNC/Quem_Somos.html, Acesso em 03/03/2015
www.laramara.org.br, Acesso em 03/03/2015.

Para estudar mais sobre o assunto e ampliar o debate, pesquisamos e indicamos materiais de qualidade a respeito dos direitos dos deficientes visuais, e como colaborar com sua luta no reconhecimento desses direitos, são eles:

Cartilhas produzidas por terceiros e que valem a pena serem consultadas:

http://www.paralamasforever.com/NaLuta/cartilhacegosfinalweb.pdf - Cartilha em pdf - Como lidar com pessoas com deficiência visual
Cartilha em pdf - Cartilha de orientação para o atendimento a pessoas com deficiência - da Rede de Reabilitação Lucy Montoro

Coletânea interessante:
http://www.mpgo.mp.br/portal/conteudo/cartilhas-livros-e-manuais-pessoas-com-deficiencia#.VW8xy9JViko

LINKS UTEIS:
FUNDACAO DORINA NOWILL PARA CEGOS
SITE.:www.fundacaodorina.org.br

LARAMARA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ASSISTENCIA à PESSOA COM DEFICIENCIA VISUAL
Conselheiro Brotero, 338 - Barra Funda / CEP 01154-000 - São Paulo/SP
Fone (11) 3660.6400 / Fax (11) 3662.0551
SITE.:www.laramara.org.br

AADVAT – ASSOCIAÇAO DE ASSISTENCIA AO DEFICIENTE VISUAL DO ALTO TEITE 
E-MAIL: aadvat@yahoo.com.br

CMAPD (Conselho Municipal para Assuntos da Pessoa Portadora de Deficiência) 
Endereço: Prédio anexo à sede da Prefeitura, situado na Av. Vereador Narciso Yague Guimarães, 277 - Centro Cívico.
E-mail: c.conselho@ig.com.br
http://www.mogidascruzes.sp.gov.br/assistencia/cmapd.php

CENTRO DE ATENDIMENTO AO PORTADOR DE 
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS “RICARDO STRAZZI” – PRÓ-ESCOLAR
Profª Alice Thereza Cotrim Guerreiro da Silva, nº 02 – bairro: Vl Lavínia – 
http://www.sme.pmmc.com.br/site2011/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=977&Itemid=102&limitstart=10

ABRAADE – ASSOCIACAO BRASILEIRA DE APOIO AO DEFICIENTE 
Rua Ipiranga, 957, sala 4 – Alto Ipiranga – Mogi das Cruzes/SP
SITE.: www.abraade.or.br
contato: contato@abraade.org.br

AADVIS Associação de apoio para deficientes visuais
RUA ISAURA TAVARES DE PAIVA,76 - PQ. MARIA HELENA- SUZANO
Tel.: 4746-9566/4741-1083
SITE.: aadvis.blogspot.com.br
contato: aadvis.suzano@hotmail.com


No desenvolvimento da pesquisa sobre o assunto, entrevistamos um ex-aluno da curso de Direito da Universidade Braz Cubas, hoje advogado, que nos contou um pouco sobre sua experiência educacional como deficiente visual, acompanhe o link da entrevista, vale a pena:

Link para a entrevista de Marcelo Silva no youtube.com.br: http://youtu.be/8QsY3KNOK-U

Entrevista realizada pelas alunas Suellen Camilli e Daniela Silva do curso de Direito da Universidade Braz Cubas, na disciplina Projeto Integrador III, com o advogado Marcelo Silva - deficiente visual - sobre sua experiência educacional como deficiente visual.

Você quer ver sobre outro ponto de vista a questão da vivência educacional de um adolescente deficiente visual e suas dificuldades na escola, na família e nas suas relações sociais? 
Indicamos um link interessante: 


LINK PARA O CURTA METRGEM EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO.



Sinopse: A vida de Leonardo, um adolescente cego, muda completamente com a chegada de um novo aluno em sua escola. Ao mesmo tempo, ele tem que lidar com os ciúmes da amiga Giovana e entender os sentimentos despertados pelo novo amigo Gabriel.

Elenco: 
Ghilherme Lobo (@GhiLobo), Tess Amorim (@TessCoelho), Fabio Audi (@Fabio_Audi)

Roteiro e Direção: 
Daniel Ribeiro (@danielribeiro)


Postagem – produto final do trabalho desenvolvido na disciplina Projeto Integrador III do curso de Direito da Universidade Braz Cubas sob orientação da Professora Adilsen Claudia Martinez, sendo integrantes do grupos as alunos: Suellen Camilli e Daniela Silva 


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